Comitês da última edição

Comitês mais escolhidos na última edição

European Council

The Energy Crisis

A Rússia foi durante muitos anos o principal fornecedor de gás natural para a Europa. Com o advento da guerra contra a Ucrânia, o gasoduto Nordstream II, que fornecia gás à Alemanha através do Mar Báltico, foi sabotado. A Europa passou a enfrentar uma crise energética, e enquanto o inverno se aproximava, as lideranças europeias começariam a buscar outras alternativas para conter essa dependência. 

A França, particularmente, enfrentou dificuldades após o golpe de Estado do Níger, sua ex-colônia e então fornecedor importante de urânio, elemento químico utilizado nas usinas nucleares, responsáveis por mais de 80% da produção energética francesa. O golpe foi apoiado por mercenários do Grupo Wagner, controlados pelo governo da Rússia, e uma nova intervenção no país poderia desencadear um conflito ainda maior entre nações e facções africanas apoiadas tanto pela OTAN, quanto pela Rússia e China.

Em meio a esse contexto, o Conselho Europeu (não confundir com Conselho da União Europeia), que reúne chefes de governo das Nações-Membro da União Europeia (EU), responsável por estabelecer as diretrizes políticas do bloco, teria a competência para avaliar a crise e propor soluções para contornar os novos desafios impostos pelos conflitos energéticos do século XXI.

Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados

Os Apátridas

O Alto-comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) foi criado por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), em Dezembro de 1950, com o objetivo de reassentar refugiados europeus sem lar após a Segunda Guerra Mundial, conforme a Convenção de 1951 da ONU sobre Refugiados. Sua jurisdição foi ampliada pelo Protocolo de 1967, passando a atuar além das fronteiras europeias. Em 1995, a Assembleia Geral das Nações Unidas designou ao ACNUR a responsabilidade sobre a assistência e proteção dos apátridas, cujo contingente é atualmente estimado em 10 milhões de pessoas.

De acordo com o próprio ACNUR, os apátridas são pessoas sem nacionalidade reconhecida por nenhum país. A condição de apatridia ocorre por diversas razões, como lacunas na legislação nacional, dificuldade e falha no reconhecimento de todos os residentes de um país como cidadãos quando este se torna independente (secessão de Estados) e conflitos de nacionalidade entre países e leis discriminatórias. Um grande agravante da apatridia é o fato de ser, muitas vezes, reconhecida como um problema invisível, pois aqueles que sofrem dessa condição geralmente tornam-se indivíduos desconhecidos socialmente e sem identidade. Por não serem reconhecidos cidadãos de nenhum país, essas pessoas vivem frequentemente em estado de miséria e precariedade, incapazes de acessar auxílios sociais e conseguir empregos oficialmente registrados.

Um exemplo a ser citado é a crise de apátridas de Rohingya. Myanmar, localizado no sudeste da Ásia, conquistou independência em 1948. Sua população é majoritariamente budista, com uma minoria islâmica, a etnia rohingya. Em 1962, muitos de seus direitos foram tomados pela Junta Militar, fazendo com que, em 1982, grande parte dos rohingya perdesse sua cidadania birmanesa, tornando-os a maior população apátrida do mundo. Dessa forma, direitos básicos como educação, saúde e emprego lhes são negados, violando o princípio de Dignidade da Pessoa Humana e ocasionando uma grande crise humanitária.

A proposta deste comitê é incitar os delegados a deliberar medidas visando amparar essas populações, bem como alcançar uma solução conciliatória para o problema da apatridia no mundo.

Conselho de Segurança das Nações Unidas

Nova Guerra das Coreias

Kim Jong-un, líder supremo da Coreia do Norte, durante reunião da Comissão Militar Central, em Agosto de 2023, demitiu o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, o general Pak Su Il. Segundo a imprensa estatal do país, KCNA, a reunião iniciou os preparativos para uma “guerra total”, pressionando que as indústrias do país iniciassem uma produção em massa de armamento, e planejando os próximos exercícios militares, inclusive testes de mísseis e ogivas nucleares. 

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos realizam uma escala de aportamentos de submarinos equipados com mísseis nucleares na Coreia do Sul, promovendo uma dissuasão combinada entre os dois países. Os americanos também possuem bases militares no Japão e em diversas ilhas na região, bem como a Sétima Frota, designada para operar no oeste do Oceano Pacífico e no Oceano Índico, possuindo o maior contingente entre as frotas numeradas do país. 

Para aumentar ainda mais as tensões da região, a China viola as Zonas Econômicas Exclusivas de países como Vietnã, Filipinas, Malásia e Brunei, ao mesmo tempo que constrói ilhas artificiais dentro do que chama de “Mar do Sul da China”.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas é composto por 5 membros permanentes e 10 rotativos. Suas resoluções são de caráter mandatório. Cada membro permanente tem poder de veto: se um rejeitar a resolução, ela é automaticamente barrada. A sua especificidade faz com que o delegado precise encontrar uma solução conciliatória para nações que possuem políticas externas e interesses geopolíticos completamente diferentes. Assim, a proposta do comitê é instigar a busca por uma solução pacífica que encerre um conflito hipotético iniciado pela invasão da Coreia do Norte à Coreia do Sul no ano de 2024.

Tribunal Internacional do Direito do Mar

Caso Itália × Índia

Considerada praticamente extinta, a pirataria voltou a ser assunto em voga na segurança marítima no final de 1980, evidenciada ainda mais após seu surto na Somália e no Golfo de Áden, em que foi crescente de 2008 até 2012. Com isso, países aumentaram significativamente a patrulha com navios de guerra na região, enquanto navios mercantes começaram a incorporar elementos armados, tanto de empresas de segurança privada, quanto de agentes de operações especiais.

Essa situação trouxe diversos problemas jurídicos, associados à falta de regulamentação, transparência, e monitoramento das atividades dessas equipes.

O incidente Enrica Lexie foi um dos casos julgados pelo TIDM, no qual dois fuzileiros navais a bordo de um navio petroleiro italiano abriram fogo contra um navio pesqueiro indiano, matando dois pescadores. Após isso, a Marinha indiana mobilizou dois navios de guerra e uma aeronave para apreender a embarcação mercante da Itália, prendendo os dois militares. O navio italiano foi rapidamente liberado, porém, o julgamento dos fuzileiros tramitou por muitas instâncias, havendo sempre empecilhos por falta de um arcabouço jurídico que fosse capaz de resolver a situação. 

O porta-voz das Nações Unidas expressou a preocupação do então secretário-geral, Ban Ki-moon, sobre o assunto, e uma resolução do Parlamento Europeu apelou para que o caso fosse julgado por autoridades italianas ou internacionais. Com isso, a Itália instaurou um processo contra a Índia no Tribunal Internacional do Direito do Mar. A ideia é que os delegados discorram sobre o caso, apresentando soluções que possam elucidar o impasse, bem como evitar possíveis conflitos semelhantes no futuro.

Gabinete de Guerra

Guerra Russo-Japonesa

A Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) foi um dos conflitos que antecederam a Primeira Grande Guerra, sendo o primeiro entre grandes potências do século XX. Marcou a ascensão imperialista japonesa e a decadência do Império Russo e da Dinastia Romanov. Sua principal causa foi a disputa pelo território da Manchúria, e seus principais palcos de operação, as penínsulas de Liadong e Mukden, a área marítima em torno da Coreia e do arquipélago japonês, bem como o Mar Amarelo.

A disputa foi marcada pelas grandes inovações tecnológicas, a exemplo do que foi visto na Batalha de Tsushima, última batalha naval decisiva combatida com encouraçados de aço e a primeira com a utilização da radiotelegrafia nas comunicações. Os principais embates foram travados nos mares, com destaque para a Batalha de Port Arthur, onde a Marinha japonesa ataca os dois maiores navios de guerra russos do Extremo Oriente, e a Batalha de Tsushima, na qual navios importantes como o encouraçado Borodino e a nau-capitânia Kniaz Suvorov são afundados. Tais eventos representam um divisor de águas na estratégia naval moderna. As Marinhas de ambos os países experimentariam o resultado dos grandes avanços vivenciados nas últimas décadas.

Nesse gabinete, os delegados terão a oportunidade de desenvolver a liderança e trabalho em equipe, bem como aprimorar seus conhecimentos em história e estratégia naval, devendo se utilizar da criatividade para sobrepujar seus inimigos e, se possível, mudar os rumos da guerra e o destino que foi consumado pela história. Na prática, a simulação de gabinete de guerra é muito semelhante aos jogos de guerra que são desenvolvidos na Escola de Guerra Naval (EGN). Os delegados serão divididos em duas salas separadas, cada qual com um mapa, conhecendo apenas as posições de suas próprias unidades e as unidades inimigas que forem capazes de avistar. Haverá também o Grupo de Controle (GruCon), responsável por calcular os resultados de cada embate.

Fórum Econômico Mundial

Desemprego estrutural causado pela automatização da produção e dos serviços

O Fórum Econômico Mundial é uma organização internacional que reúne líderes empresariais, políticos, acadêmicos e da sociedade civil para discutir questões econômicas e sociais globais. 

O desemprego estrutural refere-se a uma forma de desemprego de longo prazo que ocorre quando a demanda por certas habilidades no mercado de trabalho diminui devido a mudanças estruturais na economia. No contexto em questão, a automatização da produção e dos serviços se refere à crescente utilização de tecnologias avançadas, como automação, robótica e inteligência artificial, para realizar tarefas anteriormente desempenhadas por trabalhadores humanos.

À medida que essas tecnologias se tornam mais prevalentes, algumas ocupações podem ser substituídas por máquinas ou sistemas computacionais, levando a uma diminuição na demanda por trabalhadores em certos setores. Isso pode resultar em desemprego estrutural, pois os trabalhadores que antes desempenhavam essas funções podem enfrentar dificuldades para encontrar empregos em outros setores, uma vez que suas habilidades podem não ser facilmente transferíveis.

Agência de Comunicações

Cobertura do evento

Em um mundo cada vez mais interconectado, a comunicação desempenha um papel insubstituível na construção de pontes que unem nações, ideias e soluções. Nossa distinta Agência de Comunicação (AC) abre as portas para talentosos jornalistas que desejam fazer parte de uma missão inspiradora.

Ao se unirem à nossa equipe, esses jornalistas não apenas se tornam narradores de eventos cruciais, mas também desempenham um papel crucial na cobertura das atividades dos comitês da VIII SINAV. Eles têm a oportunidade de capturar momentos significativos, entrevistar delegados de todo o mundo e transformar essas experiências em histórias envolventes que ecoarão além das fronteiras. Além disso, terão a chance de conduzir a coletiva de imprensa, lançando luz sobre os debates e resoluções que moldam o cenário global.

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